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16.4.06

Incesto e comensais

Sim, é um amor canibal
Tenho vontade de devora-lo a dentadas
Em uma festividade tribal.

Desfiar a carne
Chegar até a cartilagem
Desossar... sempre foi arte.

Dos ossos faço bela sopa
Suculenta, rica em proteínas
Rodeada de moscas.

Moscas. Crocantes.
Pequenos croutons voadores
Que se afogam nessa
Água suja que me alimenta

A sopa me encara
Com seus dois olhos verdes cozidos.
Vê a contradição?
A besta era eu,
Mas quem acabou besuntado em pão
Foi você, suculento e nefasto irmão.

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