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28.5.07

Tanto Amor

O beijo de surpresa na escada
O coração em disparada
A mão alvoroçada
Pra nada...

Não se abriu o céu
Chuva que não cai
Não germinou o fruto
Ninhada que não vinga

Tanto amor...
Desabrochou, perfumou...
murchou

O desejo que não cedeu
A palavra que não falou
O silêncio que não calou
A saudade que não cresceu

Desabrochou, perfumou, murchou
Tanto amor...

Não adianta trocar a água
Adubar, regar a terra
Não tem mais broto
Não brota nada.

Lembra meu amor?
Desabrochou, perfumou, murchou
Pra nada

16.5.07

Notícias do Nepal


Meia-noite e meia, chego em casa do Jasmim Manga quentinha. Encontro postal do Guiga: que fecho bom pra noite, que coisa boa. Nepal, trilhas que duram pra lá de um mês e lá pelas tantas as perguntas inevitáveis, quase um default: "Será que a nossa galera tem futuro? Será que eu vou virar uma pessoa que presta? Será que consigo publicar o livro quando voltar?" Ah, Guiga... será? Te devolvo as perguntas: Será que ainda existe a "nossa galera"? Será que eu vou virar uma pessoa que presta pra mim? Será que alguém quer ler o que eu tenho pra mostrar? Será? Será que eu acordo amanhã?

Não faço a menor ideia.

Traga sim uma pétala seca do alto da montanha ou uma bandeirinha budista tibetana. Vou cobrar. Que bom te ler.
Te amo, meu amigo.
Fica bem.

13.5.07

Pé quebrado

Há um consenso geral
que o meu bom senso vai mal.
Sigo com meus versinhos de pés quebrados
ignorando os recados.

Se meu bom senso vai mal - dizem...
Digo eu que não faz mal:
Não me importo,
não tem importância.

Não tenho a ganância de nesse mundo boçal
ser o que o povo considera uma pessoa normal.

Nesse momento em que Babado Novo é um acontecimento
e Moreira da Silva caminha para o esquecimento
me dou ao direito de versos fáceis, rimas pobres,
que se perdem com o vento.


*****><*****

E digo mais: pouco me importa se são ou não sonetos, se a rima é pobre ou rica ou mesmo se rima. Não estou nem aí para a quantidade "correta" de estrofes, versos ou sílabas.

Barbarismo. Conhece? Pois é. Sou tão bárbara quanto meus versos. E por isso agradeço todos os dias.

*****><*****

O Armazém Literário está atualizado. Vai !

1.5.07

Estagnou


Estagnou. Sabe? Quando dá aquela estagnada básica? E aí você pensa: "Putz, e agora?". Aí pra piorar, você descobre que não tem "e agora". Porque não é você quem decide. A única decisão que você pode - ou poderia, mas aí já é outra discussão - tomar, é descer. Abandonar o barco. Mas isso... você quer? E fica aquela pergunta ali te atormentando os miolos: "mas nega, tá valendo a pena?". E você finge que não ouve. E continua lá, estagnada. Esperando que um vento sopre e você não tenha que resolver.