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29.5.06

Quadrilha - Drummond. Depois Chico

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Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade, sempre atual, numa deliciosa releitura feita com legos. E o próprio Drummond recitando! Delícia, delícia... Eu tinha o disco, se perdeu em uma das mudanças. Se alguém tiver e quiser vender, trocar ou gravar em um cd para mim, agradeço.
Para finalizar, Chico Buarque, claro. Muito bom.

23.5.06

Momento Abobrinha

"No mundo atual está se investindo 5 vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos, teremos velhas de seios grandes e velhos de pau duro, mas eles não se lembrarão para que servem "

Não sei quem é o autor da pérola. Se alguém souber, por favor avise.

18.5.06

Encarando os fantasmas
pela segunda noite, sozinha:
coldplay. sozinha.
pela segunda vez.

Fantasmas 2 x 0 Priscila

16.5.06

FRAGMENTOS DE UM BARRACO AMOROSO - Xico Sá

Sim, homem é frouxo, só usa vírgula, no máximo um ponto e virgula; jamais um ponto final.

Sim, o amor acaba, como sentenciou a mais bela das crônicas de Paulo Mendes Campos: “Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar...”

Acaba, mas só as mulheres têm a coragem de pingar o ponto da caneta-tinteiro do amor. E pronto. Às vezes com três exclamações, como nas manchetes sangrentas de antigamente, SANGUE, SANGUE, SANGUE!!!

Sem reticências...

Mesmo, em algumas ocasiões, contra a vontade. Sábias, sabem que não faz sentido prorrogação, os pênaltis, deixar o destino decidir na morte súbita.

O homem até cria motivos a mais para que a mulher diga basta, chega, é o fim!!!

O macho pode até sair para comprar cigarro na esquina e nunca mais voltar. E sair por ai dando baforadas aflitas no king-size do abandono, no Continental sem filtro da covardia e do desamor.

Mulher se acaba, mas diz na lata, sem metáforas.

Melhor mesmo para os dois lados, é que haja o maior barraco. Um quebra-quebra miserável, celular contra a parede, controle remoto no teto, óculos na maré, acusações mútuas, o diabo-a-quatro.

O amor, se é amor, não se acaba de forma civilizada.

Nem no Crato...nem na Suécia.

Se ama de verdade, nem o mais frio dos esquimós consegue escrever o “the end” sem uma quebradeira monstruosa.

Fim de amor sem baixarias é o atestado, com reconhecimento de firma e carimbo do cartório, de que o amor ali não mais estava.

O mais frio, o mais “cool” dos ingleses estrebucha e fura o disco dos Smiths, I Am Human, sim, demasiadamente humano esse barraco sem fim.

O que não pode é sair por ai assobiando, camisa aberta, relax, chutando as tampinhas da indiferença para dentro dos bueiros das calçadas e do tempo.

O fim do amor exige uma viuvez, um luto, não pode simplesmente pular o muro do reino da Carençolândia para exilar-se, com mala e cuia, com a primeira criatura ou com o primeiro traste que aparece pela frente.

E vamos ficando por aqui, pois já derrapei na curva da auto-ajuda como uma Kombi velha na Serra do Mar... e já já descambarei, eu me conheço, para o mundo picareta de Paulo Coelho. Vade retro.

O Carapuceiro não perdoa. Vá lá.

10.5.06

Casulo - Repeteco para esclarecimento

Um jornal carioca de poesia publicou este poema, meu, indicando equivocadamente outra poeta - de primeira linha por sinal - como autora. Bom, como o filho é meu, apresento de novo a cria:

Mudo de pele a cada manhã
abandono a alma pelo caminho toda a tarde
e renasço ao fim do dia

Os ânimos dançam um ciranda louca
tribal e selvagem
E eu apenas sinto
como um reflexo tardio
os seus cabelos nas minhas mãos

E me deixo levar pelo vento
como folha seca em prenúncio de tempestade
Retomo a alma no caminho de casa
Sempre acho que ainda não é tarde.

4.5.06

Uni-vos pela Arte! - Thiago Espósito

Manchete no jornal:

"Quadro polêmico com imagem religiosa é retirado de exposição"

"Dom Eusébio condena a obra"


O que mais eles condenam?
Camisinha?
Casamento gay?Livro?
Aborto?Anticoncepcional?

Já condenaram mouros,
bruxos, o riso, os loucos

Século XXI
Eles condenam artistas!

Márcia X
Duas picas de terços episcopais.

Lindo!

Não bastou a Idade Média?
Não bastou a ética grega surrupiada?

Conclamo vocês poetas,
Para botar pra fuder!

Vamos as igrejas
Chamar todo mundo
para encher a cara num boteco
ou dar um teco.

Não me chamam para
Encontrar Jesus?!

Vamos levar um som alto
Bem na frente de um culto

Igual sou obrigado a ouvir
Em frente a Igrejas

Ou esquinas da Ouvidor

Vamos distribuir folhetos
contando barbáries da Inquisição

Sujar os muros com escritos:
"Só a poesia expulsa demônio do corpo"

Esclarecer a verdadeira moral cristã:

Papa nazista e gay!
Padres censores
pedófilos
Políticos com vestimentas de pastores

Tem um monte na ALERJ
Pastores de ovelhas!
E o rebanho, lá!
Seguindo junto
Pedindo para
tirar quadros de exposições.

Para ler mais Poeta Perdigoto, vá !