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30.1.07

Gargalhada

Gargalhada
Minhas gargalhadas são altas e longas
preenchem os espaços
e brinco, debocho, às vezes passo os limites
ultrapasso sinais vermelhos,
espaços,
linhas amarelas

Minhas gargalhadas me acompanham
sempre comigo, mentindo por mim.
Aqui dentro, permanece o silêncio
a melancolia, a escuridão e a solidão.
A Enorme Solidão.

Que me acompanha, dia-noite-dia.

Não me basto. Preciso da companhia entorpecedora
de alguém de mãos quentes.
De um colo, um corpo quente colado ao meu.

Farsante, farsa, falsária.

Gargalhadas, piadas, brincadeiras:
tudo farsa.

Sou a criança que se perdeu da mãe na festa
Sou o estrangeiro que não fala a língua local e se descobre analfabeto
Sou o equívoco
o aborto
a aberração

Mas dou gargalhadas altas e longas
preencho espaços vazios
brindo-debocho, ácida, sarcástica,
invadindo espaços
ultrapassando as linhas amarelas.

E os olhares e ouvidos crus das ruas, bares e bibliotecas acreditam.
Amém ignorância. A farsante aqui agradece aos céus a miopia geral.

22.1.07

“Eu sou careta! E quero filhas caretas!! Não me surpreendam!!!”
Porra, ela casou de mini saia, que diabos!

Rua

A rua triste olha os carros indiferentes que passam apressados. Será que eles me veem? perguntava-se sem curiosidade.
As árvores altivas, plantadas em suas calçadas, a olham de cima. Sentiam-se sujeito daquela oração. Não percebiam que eram menos que objeto. Auto-imagem subjetiva.
E a rua lá, com seus pedestres transitivos diretos. Seus sinais coordenados.
A rua é praticamente invisível. Apenas um caminho, uma rota de passagem. Mas só a rua está lá, presente, passado, futuro. A rua invisível e estática é também eterna.

15.1.07

Desabamento nas Obras do Metrô de SP

"Um canteiro de obras da futura estação Pinheiros da linha 4-amarela do metrô, na zona oeste de São Paulo, desabou na tarde de sexta-feira (12). O acidente, de acordo com as construtoras responsáveis pela obra, ocorreu devido à instabilidade do solo da região, agravada pelas fortes chuvas que atingiram a cidade dias antes." Folha de São Paulo.

Vamos ver se eu entendi: as construtoras Não sabiam que chove em São Paulo. Hã? Ah, não é isso não? Hum... deixa eu pensar... as construtoras não sabiam que chove! Ah, também não é isso não... então... é... então eu não entendi mesmo não...

Outra coisa: as construtoras não deveriam saber da instabilidade do solo da região? Sabiam? Poxa, tô só perguntando...

Bom, depois que retirarem os corpos, a van e o entulho; depois que demolirem as construções no entorno condenadas pela defesa civil (vão indenizar os moradores, não vão? aliás, todos os proprietários dos "Palaces" do Sérgio Naya já foram indenizados? alguém sabe?); depois que abafarem o caso como de costume; depois de todos os depois: vão continuar a obra no mesmo lugar? Com toda a "instabilidade do solo da região"? Ai, que grosseria, tô só perguntando...

9.1.07

Criatura Insuportável

Ela é chata, ela é imatura, ela é patologicamente ciumenta.
Ela é desestabilizada. Financeira e economicamente.
Não, não olhe para os lados! Ela pode meter uma arma na sua cabeça!! Ela pode te emascular durante seu sono!!! Ela é a personificação da fúria!!!!
Cuidado: ela é...