tag:blogger.com,1999:blog-55931752024-03-07T04:52:18.407-03:00Dedo de MoçaPoesia e prosa de Priscila Andrade Cattoni.Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.comBlogger386125tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-35111793435670483442021-11-24T14:31:00.002-03:002021-11-24T14:31:59.646-03:00Trabalhar é bom, trabalhar é preciso<p>Ainda que a pandemia não tenha acabado a vacinação vai bem, as mortes caíram. Um pouco de normalidade parece estar a caminho. Trabalhar é bom, trabalhar é preciso. <br /><br />Assim sendo, voltemos ao planeta Terra, esse ente redondo. Você já conhece o meu site? Lá é possível conhecer um pouco do meu trabalho para além da poesia e da prosa. Vai lá, a casa é sua: <a href="http://www.priscilacattoni.com" target="_blank">www.priscilacattoni.com</a>.<br /><br />Tenho me aventurado também no Instagram. As imagens, mais do que nunca, ganharam voz. Te espero lá também: <a href="https://www.instagram.com/priscilacattoni/" target="_blank">@priscilacattoni</a>.</p><p>Precisa de uma revisora, uma redatora? Sou eu! Precisa adequar seu trabalho às normas ABNT? Estou aqui, só chamar.<br /><br />Trabalhar é bom, trabalhar é preciso. Estou aqui, é só chamar.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi3-AmpEyrTGoeDbMEJvZw3-dctVG2H0kcaO8xAPUoCOxNUWf-ChNCOfnhAGu48XZozz08nsUU-BwuFXSCG7tjDHmpr2PUwKaDvfTP8CqokRrZZezf7rwFUHc8sxbDwl0tg2sh/s500/Priscila+Cattoni.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi3-AmpEyrTGoeDbMEJvZw3-dctVG2H0kcaO8xAPUoCOxNUWf-ChNCOfnhAGu48XZozz08nsUU-BwuFXSCG7tjDHmpr2PUwKaDvfTP8CqokRrZZezf7rwFUHc8sxbDwl0tg2sh/s320/Priscila+Cattoni.png" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p>Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-47434887970648457462019-12-05T22:38:00.001-03:002019-12-05T22:38:33.904-03:00O Gato e a República<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="https://www.youtube.com/embed/yfQK5RMBYgk" width="459"></iframe><br /><br />
<br /><br />
Resolvi experimentar o vídeo. Vái lá! Assiste, se inscreve, curte :)Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-33746557433022235602019-09-19T13:17:00.001-03:002019-10-30T00:18:30.848-03:00O gato e a RepúblicaEnquanto a República cai lentamente lá fora, Nego, o gato branco, geme e suspira em sono profundo com a cabeça apoiada no meu braço enquanto digito. Devo contar para ele que Frota parabenizou Felipe Neto? Seria saudável tirá-lo de seu sono fofucho para contar que Frota tem feito postagens, hum, como direi? Sensatas? (Leio as postagens, olho pro chão e sussurro - Satanás, é você?)<br />
<br />
Desconfio que se fizer isso ele me surpreenderá não miando, mas falando: "Pegadinha do Mallandro! Yeh, yeh!". Mas percebo rapidamente que isso é apenas um lapso de otimismo patológico da minha parte. Dura menos que um suspiro do gato.<br />
<br />
O gato acordou. Não falou nem miou. Está tomando seu banho de língua, alheio à Amazônia que queima, como já queimou Roma.<br />
<br />
Agora sentou do meu lado exigindo cafuné. Darei. Será meu ato de resistência! Farei cafuné com a intensidade e emoção daqueles que cantam ainda hoje a Internacional! Sejamos anacrônicos, anacrônicos, anacrônicos! Não passarão, só passarinho - ops, o gato caçou!Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-48051848798375135182019-05-28T20:39:00.003-03:002019-05-29T19:12:48.138-03:00DespojosOlho o olho que olha o osso,<br />
despojos do corpo que os corvos<br />
destroçam. Miolos, ossos, pescoço.<br />
Nada sobra.Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-86727412763919112512019-03-22T16:42:00.000-03:002019-03-23T19:12:37.821-03:00Queria, mas não.Eu queria dizer que te amo,<br />
mas é mentira.<br />
Eu queria dizer que sinto sua falta,<br />
mas seria mentira.<br />
<br />
Seria mentira<br />
olhar no fundo<br />
escuro<br />
dos seus olhos<br />
negros<br />
e não pensar<br />
- que noite lenta.<br />
<br />
Eu queria dizer que eu te escuto<br />
(só por educação)<br />
sem ser um dever<br />
uma obrigação<br />
<br />
Eu queria<br />
se tornando vera<br />
a mentira<br />
<br />
Sem comiseração<br />
sem consideração<br />
por você ou pelo tempo<br />
que cobra e passa<br />
<br />Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-4490336071014640242018-12-07T23:43:00.005-02:002018-12-07T23:54:39.383-02:00Rainha da Porra Toda!<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;"><span style="background-color: white;">A gata Catarina, doze anos, está internada, indo embora. A internação é só para hidratação, não há mais o que fazer. Tumores espalhados em quase todos os órgãos daquele bonsai de pelos. Foi o primeiro bichinho que tivemos juntos, Bruno e eu, e como bem avisou a Fal, </span><span style="background-color: white;">depois da perda de um amor a gente chora tudo de novo quando os bichinhos que tivemos juntos morrem também. Catarina ainda está aqui – ainda - mas já chorei baldes e baldes, rodeada pelo meu pequeno zoológico particular de gatos e cachorra.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;">Fato é que, como ela não está com dor, mantém seu temperamento habitual: Rainha da Porra Toda, Não me Misturo com a Escumalha, Essa Gentalha me Dá Enxaqueca. Então quando fui visitar a bichinha no final do dia, na gaiolinha do gatil do hospital... ela estava fe-liz. Feliz! Sensualizava no tapetinho higiênico usando a caixinha de areia como travesseiro, o rabinho balançando languida e lentamente de um lado para o outro. O pessoal do hospital não entendia nada. Eu entendi na hora: um lugar de assepsia impecável, areia limpinha, água fresca, ração balanceada só para ela, silêncio, ar condicionado levinho e, rufem os tambores, nenhum outro bicho por perto!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;">Catarina gosta de exclusividade, senhoras e senhores. </span><i style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;">Cês</i><span style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;"> </span><i style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;">tão</i><span style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;"> pensando o quê? Ela é Cleópatra, </span><i style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;">caceta</i><span style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;">! Só tem ela, só dá ela! Pica das Galáxias, Fodona do Bairro Peixoto, </span><i style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;">Rainha da Porra Toda</i><span style="color: #1d2129; font-size: 10.5pt;">, sim senhor! Passa fora, ralé!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: transparent; color: #1d2129; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: transparent; color: #1d2129; font-size: 10.5pt;">Então é isso. Eu me acabando de chorar porque ela está no hospital e ela se sentindo capa de revista, usufruindo os prazeres do SPA da Ilha de Caras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: transparent; color: #1d2129; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: transparent; color: #1d2129; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-612696582794809492018-11-21T23:58:00.002-02:002019-01-02T21:08:52.500-02:00Volto às onze<div class="MsoNormal">
- Mãe, tô indo pro baixo e volto às onze. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Vinte e quatro horas depois:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Mãe, tô em Mauá, volto na sexta, beijo e tchau. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Na segunda feira seguinte, às duas da tarde:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Mãe, perdi o ônibus. Vou ficar aqui com o Planta, o Lesma e a Dani <span lang="EN-US">Crazy</span>. A gente volta amanhã, beijo e tchau. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Desligar o telefone antes da mãe ter tempo de dizer um "ai" era a arte do negócio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Mãe, tô indo pro baixo e volto às onze. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Doze horas depois, em pleno Carnaval, vomitada até a alma porque peguei o ônibus bêbada:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Mãe, tô aqui nessa merda de Ouro Preto, o Lesma mentiu pra mim! É samba vinte e quatro horas por dia, no volume máximo, cada casa uma música diferente e as caixas de som nas janelas, viradas pra rua! Eu odeio esse lugar, eu odeio samba enredo, eu odeio o Lesma! E só tem ônibus para voltar amanhã de manhã. Acho que eu vou chorar. Merda. Beijo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Mãe tô indo pro baixo e...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- E se for não entra mais em casa!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Achei justo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfO7Xpo4I9rqo3H4nuW7mLJkZJLAeFfAS2v7ELqg_GYlDT0BSzoojyEy_haG9o7x6Mf7dMb3AFBf4XPn45Qt8DoWER301viVZfVOfQ4rLISMvLL-RZaB07_S33TObHrsFbaHQz/s1600/Pri+17.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="590" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfO7Xpo4I9rqo3H4nuW7mLJkZJLAeFfAS2v7ELqg_GYlDT0BSzoojyEy_haG9o7x6Mf7dMb3AFBf4XPn45Qt8DoWER301viVZfVOfQ4rLISMvLL-RZaB07_S33TObHrsFbaHQz/s320/Pri+17.jpg" width="236" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A criatura, à época dos acontecimentos</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-69503769786594917492018-10-29T19:41:00.000-03:002018-10-29T19:41:29.899-03:00No Dia Nacional do Livro, aniversário de 208 anos da Biblioteca Nacional do Brasil<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Fazer uma dedicatória e deixar um livro em algum lugar público com um bilhetinho: leia-me. Ficar horas e mais horas no Sebo lendo os livros e as dedicatórias, imaginar aquelas pessoas da dedicatória e imaginar toda uma história, diálogos, possibilidades. Encontrar aquele livro que você já nem lembrava. Comprar um livro novo, aquele cheirinho de papel... só para descobrir em casa que você já tinha um exemplar que comprou e leu há 17 anos.<br /><br />As memórias afetivas que aquele livro traz. A releitura que algumas vezes te decepciona, já em outras você encontra praticamente um livro novo, com camadas e camadas de detalhes que você não tinha percebido na primeira leitura.<br /><br />Ler para a irmã mais nova, para os filhos, para os alunos. Ver o outro aprendendo a ler e a decodificar os possíveis sentidos e usos para aquelas palavras ordenadas no papel.<br /><br />Revisitar a História, conhecer outros pontos de vista, outras culturas. Se reconhecer. Se tornar coautor ao ler a partir das suas referências, do seu contexto, do seu entorno.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Hoje é o Dia Nacional do Livro e aniversário de 208 anos da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Livros, amores, livros. Livro é amor. Dê livros, compre livros, troque livros, frequente as bibliotecas, compartilhe versos! Salve a Palavra!</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirKusdZx5ORrrEEMq6b3eqPxdMXKEb7p3blsRg_GnllZGy0dj2aOD3KQNCL_T3oXOyBH-igU53_l6VcfdcDCSBogOICsy2a5AkizjW4WGWRC6_Dq7Qpe73QLaomxMHVaii689p/s1600/biblioteca+nacional.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Biblioteca Nacional do Brasil" border="0" data-original-height="248" data-original-width="476" height="207" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirKusdZx5ORrrEEMq6b3eqPxdMXKEb7p3blsRg_GnllZGy0dj2aOD3KQNCL_T3oXOyBH-igU53_l6VcfdcDCSBogOICsy2a5AkizjW4WGWRC6_Dq7Qpe73QLaomxMHVaii689p/s400/biblioteca+nacional.jpg" title="Biblioteca Nacional do Brasil" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Biblioteca Nacional, foto do site da Biblioteca</div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Biblioteca Nacional</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Av. Rio Branco, 219 - Centro</span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Rio de Janeiro - RJ, 20040-008</span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;"></span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Site: <a href="http://www.bn.gov.br/">www.bn.gov.br</a></span></span>Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-40148644280951804442018-08-22T21:52:00.000-03:002018-08-22T21:52:32.156-03:00Poesia das Meninas - Conceição EvaristoO prazer de descobrir uma autora e se apaixonar. E a vergonha de não ter conhecido antes. A poesia de Conceição Evaristo me arrebatou, me encantou.<br />
<br />
Acabei de comprar seu livro Poemas da recordação e outros momentos (Editora Malê, 2017) e estou lendo apenas 3 poemas por dia, para adiar o fim da leitura. É tão bom que não quero que acabe.<br />
<br />
Vencedora do prêmio Jabuti de 2004 com seu livro Olhos d’água, em <b><a href="https://www.cartacapital.com.br/sociedade/conceicao-evaristo-201cnossa-fala-estilhaca-a-mascara-do-silencio201d" target="_blank">entrevista</a></b> concedida a Djamila Ribeiro para a revista CartaCapital, Conceição Evaristo aponta que "as feministas brancas usam uma máxima quando elas falam que escrever é um ato político. Para nós mulheres negras, escrever e publicar é um ato político." Sua visão crítica sobre o sistema literário (editoras, bibliotecas, críticos, livrarias, etc.) é preciso. A hegemonia do homem branco no cenário literário é clara. O que se verifica facilmente observando a formação do quadro de imortais da ABL, protegido por suas exceções. Ou, ainda, quando se constata que a edição de 2018 da Flip, evento que começou em 2003, é a que finalmente apresenta maior diversidade. Em tempo, Conceição se candidatou esse ano para a ABL. Uma boa oportunidade da Academia chegar finalmente em 2018.<br />
<br />
Conceição vem sendo muito bem-sucedida nesse ato político de escrever e publicar. Ano passado toda sua obra foi reeditada. A Doutora em literatura comparada pela UFF, transita com fluidez pela poesia e pela prosa. Sua produção literária não se restringe a temas prosaicos. Trata do dia-a-dia e do amor, mas trata também da mulher negra, da história dos negros. É uma escritora gigante, que aborda temas áridos, mas de discussão necessária, transformando palavras em entidades livres, quase táteis, que se entrelaçam criando um tecido tão forte quanto delicado. Abaixo um de seus poemas.<br />
<br />
<br />
<b><br /></b>
<b>VOZES-MULHERES</b><br />
(de Conceição Evaristo)<br />
<br />
A voz de minha visavó ecoou<br />
criança<br />
nos porões do navio.<br />
Ecoou lamentos<br />
de uma infância perdida.<br />
<br />
A voz de minha avó<br />
ecoou obediência<br />
aos brancos-donos de tudo<br />
<br />
A voz de minha mãe<br />
ecoou baixinho revolta<br />
no fundo das cozinhas alheias<br />
debaixo das trouxas<br />
roupagens sujas dos brancos<br />
pelo caminho empoeirado<br />
rumo à favela<br />
<br />
A minha voz ainda<br />
ecoa Versos perplexos<br />
com rimas de sangue<br />
e<br />
fome.<br />
<br />
A voz de minha filha<br />
recolhe todas as nossas vozes<br />
recolhe em si<br />
as vozes mudas caladas<br />
engasgadas nas gargantas.<br />
<br />
A voz de minha filha<br />
recolhe em si<br />
a fala e o ato.<br />
O ontem - o hoje - o agora.<br />
Na voz de minha filha<br />
se fará ouvir a ressonância<br />
o eco da vida-liberdade.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAnwM8MW0klFNs9uG_4wRH81yvOgL_7RQEVYisjvDsoLGra6vkk-PcXdHYGfgyRQFpFDwczPYYDtxoPcJbAeWa-Fl1s4zC-YC6opmDQqCPqf5kW4Fk7Ame2SC6Q2sFzvwwAT32/s1600/conceicao_evaristo1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="537" data-original-width="350" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAnwM8MW0klFNs9uG_4wRH81yvOgL_7RQEVYisjvDsoLGra6vkk-PcXdHYGfgyRQFpFDwczPYYDtxoPcJbAeWa-Fl1s4zC-YC6opmDQqCPqf5kW4Fk7Ame2SC6Q2sFzvwwAT32/s320/conceicao_evaristo1.jpg" width="208" /></a></div>
<br />Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-12953175414239617542018-08-20T10:00:00.000-03:002018-08-20T20:42:18.941-03:00em revoada<span style="background-color: white; color: #4b4b4b; font-family: "roboto" , sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Sou capaz até mesmo de te olhar com cílios lânguidos, língua melíflua e afirmar displicente com palavras em revoada que os gatos ouvem seu silêncio e a cama aninha e acalanta seus versos vivos que vibram na sala, no quarto, na pitangueira. Sou capaz porque no espelho somos um, você e eu.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #4b4b4b; font-family: "roboto" , sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsjtJ4wLr5l24KfaXffe8CJIZf2DCz4H_Vvl4dRVneB8OKozaMAH-FQdAODO6qPhBQ6VsXNPCo66FbFOHCtNhUwP0VD5JNnILK1-3YJdf-LqIenXvFEMbbAi_Y4dEUxmUEzIPJ/s1600/2014-12-19+12.13.05.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsjtJ4wLr5l24KfaXffe8CJIZf2DCz4H_Vvl4dRVneB8OKozaMAH-FQdAODO6qPhBQ6VsXNPCo66FbFOHCtNhUwP0VD5JNnILK1-3YJdf-LqIenXvFEMbbAi_Y4dEUxmUEzIPJ/s320/2014-12-19+12.13.05.jpg" width="240" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #4b4b4b; font-family: "roboto" , sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-67308016889221574972018-08-15T23:37:00.002-03:002018-08-15T23:37:40.186-03:00Poesia das Meninas - Fal AzevedoFal Azevedo é uma escritora e tradutora paulista. Conheci a Fal em 2003 através de seu blog "Drops da Fal". Criado pela escritora, o Drops foi um dos mais importantes no cenário brasileiro.<br />
<br />
Naquele momento pré-Facebook, os livros de visitas dos sites eram bastante utilizados. O da Fal virou rapidamente uma animadíssima comunidade. Ali vários blogueiros conheceram uns aos outros, laços de amizade foram criados - e mantidos - e várias vezes contatos virtuais se tornaram presenciais.<br />
<br />
Porque a Fal é agregadora, acolhedora. Ela responde todo mundo e todo mundo se sente especial. É um dom. Onde ela bota as mãos a leveza se faz presente. Mesmo no romance em que fala sobre a vida depois da morte precoce do marido.<br />
<br />
Seu texto é envolvente, fluido. É fácil se reconhecer nos personagens. E essa identificação atrai.<br />
<br />
Não há em sua escrita espaço para pedantismos e textos herméticos. São crônicas perfeitas dos dias de hoje. Na primeira ou na terceira pessoa, a figura da mulher - das mulheres, somos muitas - se apresenta de forma honesta, direta e a partir da ótica de uma mulher. Não há ativismos, bandeiras não são levantadas. O retrato feito ali do nosso dia-a-dia, intencional ou não, faz esse papel, dá voz a mulher de hoje.<br />
<br />
No prelo, dois títulos: <i>Como ensinar um idiota a dançar</i> e <i>Faço chá de hortelã e espero que fique tudo bem</i>. A <b><a href="https://www.facebook.com/dropsdafal/photos/a.1949252715316682.1073741828.1948990468676240/2111920719049880/?type=3&permPage=1" target="_blank">pré-venda</a></b> já começou. A autora tem 5 livros já publicados: <i>Crônicas de quase amor</i>, <i>O nome da cousa</i>, <i>Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite</i>, <i>Sonhei que a neve fervia</i> e <i>Todo mundo adora saturno.</i><br />
<i><br /></i>
<br />
<span style="font-size: large;">Nunca mais vi meu amigo, meu amigo nunca mais me viu</span><br />
<br />
Uma vez eu me despedi do maior amigo que já tive na vida.<br />
<br />
Era uma sala, não, era uma espécie de vestíbulo, todo verde.<br />
<br />
Eu, no pé da escada, a madeira pintada de branco, minha calça de linho cor de abóbora; ele a alguns passos de mim. Foi um ou dois dias antes do avião; aquela cidade era o centro do mundo; aquela dor era o meu peito; ele estava noivo e usando uma camiseta cinzenta; eu, sem rumo e de sapatos azuis; ele vinha partindo meu coração há mais de uma década, partindo meu coração, partindo meu coração, partindo meu coração, estilhaçando meu coração.<br />
<br />
Ele me disse alguma coisa, eu disse blablablá, ele virou as costas e saiu dando passos largos, e quando vi a nuca dele, meio cor de rosa, meio creme, o cabelo alourado, raspado, encontrando a pele fininha, soube que nunca mais ia vê-lo.<br />
<br />
Naquela hora, naquele exato momento, eu disse a mim mesma, disse, disse, disse, disse, disse, disse, disse, eu disse: “Nunca mais vamos nos ver”.<br />
<br />
Pelas décadas seguintes nos encontramos algumas vezes, um trampo aqui, um esbarrão em um café ali.<br />
<br />
Mas nunca mais vi meu amigo, meu amigo nunca mais me viu.<br />
<br />
E da longa, muito mesmo, lista de homens que não me quiseram, ele é o retrato pendurado na parede, tantos anos, tantos anos, tantos anos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ0mWEFvMfApmjW4UblxB6dYSd5DJ7U0RNpIcSB2r66UDPLmXJR2iquEYyqxuYKDCHAyDY9h2-3p9MgeP7PhPpkVAMcyanS6S2kpEmT4Vja5C7KSJqLavnGIP7krsSt305i-iF/s1600/minusculos-assassinatos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="270" data-original-width="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ0mWEFvMfApmjW4UblxB6dYSd5DJ7U0RNpIcSB2r66UDPLmXJR2iquEYyqxuYKDCHAyDY9h2-3p9MgeP7PhPpkVAMcyanS6S2kpEmT4Vja5C7KSJqLavnGIP7krsSt305i-iF/s1600/minusculos-assassinatos.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUPTabuOqkJFahcDgYbyNhvEIQrgfTDla0rI8o273Wxv-x93J5Ij_LekRcfw9knw-pFHf0hRhmFAiK-i-1S934gZWtztfy0lmMBQF0T4oM0hGW2PaxA0E0oghpCDaiyczmjlVo/s1600/neve_fervia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUPTabuOqkJFahcDgYbyNhvEIQrgfTDla0rI8o273Wxv-x93J5Ij_LekRcfw9knw-pFHf0hRhmFAiK-i-1S934gZWtztfy0lmMBQF0T4oM0hGW2PaxA0E0oghpCDaiyczmjlVo/s1600/neve_fervia.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFkHFCScPH32YBX2As9ty0h_lsVeah_qdQ1lc8fJTgNxY7O1CxMJFmUZfZCLbuZVwOzsXTSr_bb7ggV5EtIhL4Z4D9u9zm0ns3jZkoayxrjVM-GmUetStbZ-eVYyLoSNVDCP2_/s1600/Todo_mundo_adora_saturno_fal_azevedo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="586" data-original-width="389" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFkHFCScPH32YBX2As9ty0h_lsVeah_qdQ1lc8fJTgNxY7O1CxMJFmUZfZCLbuZVwOzsXTSr_bb7ggV5EtIhL4Z4D9u9zm0ns3jZkoayxrjVM-GmUetStbZ-eVYyLoSNVDCP2_/s320/Todo_mundo_adora_saturno_fal_azevedo.jpg" width="212" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-70303407895997604002018-07-28T20:14:00.000-03:002018-07-28T20:14:37.033-03:00Raízesenraizar-se no espaço<br />
em mim mesma<br />
com a resignificação<br />
de cada objeto<br />
cada móvel<br />
cada pensamento<br />
<br />
caber novamente<br />
casulo pleno<br />
paredes repletas<br />
de luz<br />
de luz<br />
de cor<br />
<br />
a vida pulsa em<br />
brancos e plantas<br />
nas patas da cã<br />
tatuadas no chão<br />
com a terra<br />
do jardim<br />
que explode<br />
em avencas<br />
<br />
há vida<br />
a vida pulsa<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhzuicGshLb0j4eXu9-z9g9w9Eci2hMt_a0zQZpkcvtzefk1MT-F_-3rA-RdUq2Hg3RYNxGRsGX0TpHfKSZpee315lc7svRN7lY3wcyJTaMyG4cZSEX4OI2YdBj3svBUlDQ2B1/s1600/Frida_Kahlo_House%252C_Mexico_Cores.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="680" data-original-width="1024" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhzuicGshLb0j4eXu9-z9g9w9Eci2hMt_a0zQZpkcvtzefk1MT-F_-3rA-RdUq2Hg3RYNxGRsGX0TpHfKSZpee315lc7svRN7lY3wcyJTaMyG4cZSEX4OI2YdBj3svBUlDQ2B1/s320/Frida_Kahlo_House%252C_Mexico_Cores.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Museo Frida Kahlo </td></tr>
</tbody></table>
<span id="goog_228057386"></span><span id="goog_228057387"></span><br />Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-4253265147617933252018-07-25T12:41:00.000-03:002018-07-25T12:41:28.894-03:00Poesia das Meninas - Christiana NóvoaA carioca Christiana Nóvoa é autora do livro Breviário das pequenas horas (Ed. Patuá). Tem poemas citados no romance <i>Teoria Geral do Esquecimento</i>, de José Eduardo Agualusa (Vencedor do Prêmio Fernando Namora 2013, Portugal) e em diversas revistas de Literatura e Poesia. Desde 2005 publica seus textos no blog <b>Nóvoa em Folha</b>: <a href="http://novoaemfolha.com/">http://novoaemfolha.com</a><br />
<br />
<br />
<h2>
a náusea .</h2>
<br />
<br />
sinto em mim as dores<br />
das poetas mortas<br />
seus caminhos tristes<br />
seus amores vãos<br />
<br />
vejo em outras mãos<br />
agora tão minhas<br />
suas vidas linhas<br />
mal-traçadas tortas<br />
<br />
e as formas tão certas<br />
da sua poesia<br />
fiel companhia<br />
das noites desertas<br />
<br />
páginas vazias<br />
artérias abertas<br />
na insana sangria<br />
<br />
;<br />
<br />
a guerra perdida<br />
e o gozo perverso<br />
de um verso suicida<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaONqRyF5yxdAzwlNwaLdReO5y2cRIdkF_BBKpsLr1eTk1VfllAcqK2aNNytjt4T4FlkSIG9EBDrCNPh3oMARXk60K3irOmWLOm6Q8MPRXp2gjHbmb8J-90bTLGYJdD3x0yltd/s1600/Christiana+N%25C3%25B3voa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaONqRyF5yxdAzwlNwaLdReO5y2cRIdkF_BBKpsLr1eTk1VfllAcqK2aNNytjt4T4FlkSIG9EBDrCNPh3oMARXk60K3irOmWLOm6Q8MPRXp2gjHbmb8J-90bTLGYJdD3x0yltd/s1600/Christiana+N%25C3%25B3voa.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Christiana Nóvoa</td></tr>
</tbody></table>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGOOWQsWkWS0t-OVpTVtP_9nAv3RlftCwCm2Q3Ek42prFkU3PS_YfT6OSyUiMHuq0eYuh9RlV3DsSD2N6y95SgXMWU0VQXrQf9BM_-o_msdv60as9jzjo9iyHt2FySYqGkor4I/s1600/Breviario+das+pequenas+horas+n%25C3%25B3voa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="584" data-original-width="960" height="194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGOOWQsWkWS0t-OVpTVtP_9nAv3RlftCwCm2Q3Ek42prFkU3PS_YfT6OSyUiMHuq0eYuh9RlV3DsSD2N6y95SgXMWU0VQXrQf9BM_-o_msdv60as9jzjo9iyHt2FySYqGkor4I/s320/Breviario+das+pequenas+horas+n%25C3%25B3voa.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Breviário das Pequenas Horas - Christiana Nóvoa</td></tr>
</tbody></table>
</div>
Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-8814699896719976722018-07-18T12:30:00.000-03:002018-07-18T12:31:28.803-03:00Poesia das Meninas - Tatiana Nascimento<br />
A brasiliense <a href="https://palavrapreta.wordpress.com/" target="_blank">Tatiana Nascimento</a> é escritora, compositora, cantora. Criou com a poeta <a href="http://barbaraesmenia.blogspot.com/" target="_blank">Bárbara Esmenia</a> a <a href="http://www.facebook.com/pade.editorial" target="_blank">Padê Editorial</a>, uma editora artesanal de livros caseiros, voltada para a publicação de autoras negras periféricas, lésbicas, fora dos grandes circuitos literários. Tatiana cria e realiza.<br />
<h2>
a dança</h2>
<br />
“qual é a música, maestro?”<br />
<br />
eu ainda tô aprendendo<br />
a te amar<br />
a não contar as horas<br />
não chorar demoras<br />
nem temer recusa<br />
<br />
desalimentar expectativas difusas<br />
(profusão de análises semânticas<br />
dum “oi” que significa só ele<br />
mesmo: “oi”)<br />
<br />
eu ainda tô aprendendo<br />
a me perdoar<br />
não ter falado um tanto<br />
(ou ter falado tanto)<br />
por ter errado tanto<br />
quanto você<br />
por me machucar<br />
<br />
(y com certeza um dia<br />
me perdôo por te<br />
machucar)<br />
<br />
eu ainda tô aprendendo<br />
a tatear a densidade leve do ar<br />
nessa ponte que erguemos entre<br />
o meu y o teu<br />
silêncio<br />
a tua y a minha<br />
ausência<br />
a histórica<br />
carência<br />
a memória da<br />
latência<br />
a querência da<br />
trajetória que tentamos<br />
trilhar juntas mesmo em tanta<br />
perdição<br />
<br />
y inda tô desaprendendo<br />
o teu mais que meu<br />
desapego<br />
y el mío mais que el tuyo<br />
celo<br />
<br />
a esquecer<br />
o que não<br />
tem per<br />
dão<br />
<br />
não existe mais máquina do tempo<br />
depois dos 32 (anos, dentes, anéis de<br />
saturnos, casório-y-separação, DRs y des<br />
ilusão)<br />
<br />
mas talvez tem mágica no vento capaz de<br />
dar uma pausa no tudo que aconteceu depois<br />
que eu viajei pra salvador y você cantou,<br />
no caminho do aeroporto,<br />
<br />
“nunca mais<br />
vou gostar de você<br />
nunca mais”<br />
<br />
.<br />
<br />
ou se não uma pausa, só:<br />
dissolver o mal-estar,<br />
se não dissolver só:<br />
nos lembrar:<br />
<br />
que num tem mal-estar maior que aquele afeto doido que foi/fez<br />
sentido. que um dia caiu. que se machucou. que joelho ralou.<br />
y que um dia virou outro afeto: uma noite se desvelou.<br />
<br />
y olha:<br />
<br />
fosse aquele tempo eu cobria com babosa<br />
machucada y mel (melhores cicatriz<br />
antes) o joelho ralado do afeto<br />
eu colava um bandeid em<br />
cima y até dava um<br />
<br />
bejinho<br />
<br />
pra sarar<br />
<br />
mais depressa<br />
<br />
mas como o tempo é esse agora tô mirando<br />
a cicatriz pra lembrar que<br />
tudo que corre<br />
pode tropeçar, pode cair,<br />
pode escorregar. ou pode ganhar<br />
impulso pra voar, na beira dos dois gumes:<br />
planar. pousar.<br />
<br />
demorou uma era, bissexta²,<br />
pra eu poder me rever do seu lado<br />
y tô reaprendendo andar no meu passo<br />
(que c zombeteira troca com o seu). sipá um dia<br />
<br />
nesse tempo-espaço<br />
<br />
a gente<br />
<br />
até<br />
<br />
volta a se bailar.<br />
<br />
--------------------------------------------------------------<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/xuaA2SlcNis/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/xuaA2SlcNis?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<h4 style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-weight: normal;">Tatiana Nascimento e Djamila Ribeiro no programa Espelho, de Lázaro Ramos</span></h4>
<br />Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-77850321783379303702018-07-18T01:08:00.001-03:002018-07-18T17:41:59.566-03:0015 anos de Dedo de Moça!Já passou de meia noite, o que significa que o Dedo de Moça está oficialmente no ar há 15 anos!<br />
<br />
Foi chão até aqui. A internet mudou, as redes sociais surgiram e os blogs ficaram meio de lado com essa novidade. Passado o entusiasmo e mais do que consolidada a integração das redes sociais, uma questão se colocou para quem apresenta seu trabalho também online: as redes sociais não indexam o material produzido. Aquele texto maravilhoso, aquele artigo contundente, aquela foto que emociona, tudo, tudo fica online, mas não é fácil encontrar.<br />
<br />
E é justamente essa a grande vantagem dos blogs: uma indexação funcional, um registro estável de produção de conteúdo. As mídias disponíveis para produção, exposição e compartilhamento de conteúdo se multiplicaram. Plataformas para vídeo, áudio e fotos despontaram. Uma transformação que tornou a experiência na internet mais rica, mais atraente, para produtores e consumidores de conteúdo online. O Dedo de Moça passou e passa por essa metamorfose.<br />
<br />
O blog continuará voltado principalmente para poesia e prosa. A questão que mais me mobiliza no momento - a visibilidade das poetas brasileiras vivas - ganha uma coluna fixa, o Poesia das Meninas, para publicar essas autoras.<br />
<br />
Continuarei publicando meus poemas e minhas crônicas.<br />
<br />
A página no <a href="https://www.facebook.com/Dedodemoca.poesia.e.prosa/" target="_blank">Facebook</a> é o espaço para a reflexão sobre a palavra, o mercado editorial, as edições independentes, a atuação da literatura nas questões sociais, nos debates políticos. E amenidades também, por supuesto.<br />
<br />
E muito em breve uma incursão também no YouTube, mostrando a cara e com direito a uma bela parceria.<br />
<br />
Quinze anos hoje. E espero no mínimo mais quinze pela frente!<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0S1-zdjm7rMtz7Cxjwinlfq9Q2yOo2mbBgp5SwYk3xvkXVAGDKvdfbQXgp0G8PYqw0cfI0T9yK4m6_3yN5HoYX8j9-TRKjofzlRgMBVr8s-15wU2D45S1GaZPQDrUbsAjx9gI/s1600/Pri+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Priscila Andrade Cattoni" border="0" data-original-height="1011" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0S1-zdjm7rMtz7Cxjwinlfq9Q2yOo2mbBgp5SwYk3xvkXVAGDKvdfbQXgp0G8PYqw0cfI0T9yK4m6_3yN5HoYX8j9-TRKjofzlRgMBVr8s-15wU2D45S1GaZPQDrUbsAjx9gI/s320/Pri+%25282%2529.jpg" title="Priscila Andrade Cattoni" width="303" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eu era assim.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<br />Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-66950134271437652592018-07-10T18:39:00.000-03:002018-07-10T18:43:03.055-03:00Fulana alegafulana alega<br />
<b> Ser mulher é foda</b><br />
segundo ela<br />
<span style="white-space: pre;"> </span><b>Ser mulher é punk</b><br />
diz ela<br />
<span style="white-space: pre;"> </span><b>Jornada dupla, tripla</b><br />
mulher diz que<br />
<span style="white-space: pre;"> </span><b>Salário mais baixo para as mesmas competências</b><br />
mas ela estava sozinha?<br />
<span style="white-space: pre;"> </span><b>Homens (e algumas muitas mulheres) que acham que só têm que ajudar</b><br />
mas ela bebeu... tava drogada?<br />
<span style="white-space: pre;"> N</span><b>a casa</b><br />
também olha a roupa que ela estava usando!<br />
<span style="white-space: pre;"> C</span><b>om os filhos</b><br />
é pistoleira! Tá inventando pra aparecer!<br />
<span style="white-space: pre;"> C</span><b>om a pensão</b><br />
não existe cultura do estupro!<br />
<span style="white-space: pre;"> </span><b>Ser mulher é um desafio.</b><br />
o suposto agressor<br />
<span style="white-space: pre;"> </span><b>Eu desafio.</b><br />
<b><br /></b>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM3JtQqNgFiilyVe-TIlp5KPgzR0w3DDYCYs3ejDEsZkpD0nfiF7lq00dJ9s8ecrPwYGHa5IO7MraSn9UPrTC3uduXNKZOxoXqIzSkO8OE8AYCxkeYDUoIO9u7ZUEwTW80UY1v/s1600/close.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Priscila Andrade Cattoni por ela mesma" border="0" data-original-height="161" data-original-width="188" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM3JtQqNgFiilyVe-TIlp5KPgzR0w3DDYCYs3ejDEsZkpD0nfiF7lq00dJ9s8ecrPwYGHa5IO7MraSn9UPrTC3uduXNKZOxoXqIzSkO8OE8AYCxkeYDUoIO9u7ZUEwTW80UY1v/s1600/close.jpg" title="Priscila Andrade Cattoni por ela mesma" /></a></div>
<b><br /></b>Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-48607290688983963402018-07-02T04:48:00.000-03:002018-07-02T04:48:50.625-03:00Herameus cabelos são brancos desde os vinte e poucos<br />
conto a mesma história para a mesma pessoa<br />
várias e várias e várias vezes<br />
porque esqueço que contei<br />
esqueço<br />
o nome da pessoa<br />
e das pessoas da história<br />
e a história<br />
não sei o que jantei<br />
ou almocei<br />
ou se almocei<br />
minha memória é um desfiladeiro<br />
que faz eco<br />
eco<br />
é?<br />
ecoa<br />
o quê mesmo?<br />
minha memória<br />
faz eco, eco.<br />
é um branco que me deu<br />
se alastra como hera<br />
sobrou espaço só para o amor.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7iRqLskYiiN19JLuhUk_rHQQ16Ok0zwo3OEugiEu7hs6vD7UCfN0d6p-XAzKLbxPLzQIEPRcAC3YDdWW3gGYOxLy1xKroFkq7QRKYTNh1nLOMcSY3abI5_TYQrcQCJGfRhkut/s1600/hera.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7iRqLskYiiN19JLuhUk_rHQQ16Ok0zwo3OEugiEu7hs6vD7UCfN0d6p-XAzKLbxPLzQIEPRcAC3YDdWW3gGYOxLy1xKroFkq7QRKYTNh1nLOMcSY3abI5_TYQrcQCJGfRhkut/s320/hera.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-33667516853838745432018-06-27T11:00:00.000-03:002018-06-28T01:38:58.623-03:00Poesia das Meninas - Maria Carolina de JesusProcuro numa livraria <i>online</i> de grande porte o <b>Quarto de Despejo</b>, de Carolina Maria de Jesus. Encontro na seção de literatura infantojuvenil.<br />
<br />
Uma livraria põe Maria Carolina de Jesus como literatura infantojuvenil. Uma livraria que também vende celulares, consoles e <i>games</i>. Para essa livraria, me parece, é tudo produto, no sentido comercial da palavra. E produto que o vendedor não precisa conhecer, ou <b>Quarto de Despejo</b> não estaria em literatura infantojuvenil. Para ser absolutamente justa, <b>Diário de Bitita</b> estava em literatura brasileira, menos mau.<br />
<br />
Atualmente institutos de porte como a Biblioteca Nacional, o Instituto Moreira Salles, o Museu Afro Brasil, o Arquivo Público Municipal de Sacramento e o Acervo de Escritores Mineiros (UFMG) têm a custodia da produção da escritora. Espero que a prosa, a poesia e as letras de música de Maria Carolina extravasem os limites da Academia e dos Institutos e se tornem parte de nossas estantes e nossas leituras.<br />
<br />
Então apesar de hoje ser quarta, aqui dia de poesia, vou postar alguns trechos de <b>Quarto de Despejo</b>, a prosa mais poética que já vi.<br />
<br />
<br />
<i>“As oito e meia da noite eu já estava na favela respirando o odor dos excrementos que mescla com barro podre. Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes de viludos, almofadas de sitim. E quanto estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo.”</i><br />
<i><br />“Quando eu vou na cidade tenho a impressão que estou no paraizo. Acho sublime ver aquelas mulheres e crianças tão bem vestidas. Tão diferentes da favela. As casas com seus vasos de flores e cores variadas. Aquelas paisagens há de encantar os olhos dos visitantes de São Paulo, que ignoram que a cidade mais afamada da América do Sul está enferma. Com as suas úlceras. As favelas.”</i><br />
<i><br />“Esquecendo eles que eu adoro a minha pele negra, e o meu cabelo rustico. Eu até acho o cabelo de negro mais iducado do que o cabelo de branco. Porque o cabelo de preto onde põe fica. É obediente. E o cabelo de branco, é só dar um movimento na cabeça ele já sai do lugar. É indisciplinado. Se é que existe reencarnações, eu quero voltar sempre preta."</i><br />
<i><br /></i>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2Lnvw4rAEQJNQ4TbTF2JQTY_xFNQo80FdpgqmN9mHNVlhlLcCOsDyvFa0pXGmPJBhm7LHzSgQPY2x-On_wgBrQOZMjlrMgmCNZ9D5BYkxCgHJ2mQkUzMZ7c_Qa5BBQPgzmwPi/s1600/carolinaquartodedespejo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="829" data-original-width="1200" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2Lnvw4rAEQJNQ4TbTF2JQTY_xFNQo80FdpgqmN9mHNVlhlLcCOsDyvFa0pXGmPJBhm7LHzSgQPY2x-On_wgBrQOZMjlrMgmCNZ9D5BYkxCgHJ2mQkUzMZ7c_Qa5BBQPgzmwPi/s320/carolinaquartodedespejo.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Carolina de Jesus e a capa da primeira edição de Quarto de Despejo</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<br />Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-59342042703589437452018-06-26T00:56:00.001-03:002019-01-02T21:29:25.187-02:00Teartecer sonhos<br />
escolher os fios<br />
as cores<br />
os pontos<br />
<br />
no caminho<br />
o nada e o desvio<br />
desafiam<br />
os pontos dados<br />
<br />
desfio as cores<br />
estico os<br />
fios frios, estáticos<br />
como a luz<br />
- que, branca em linha reta,<br />
desafia<br />
o caminho<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir7g8Rwe1I6mWKe0zcpjdnB6glR6yXVwUUCQy9RBmgpOyuSeOpHh4ZICkfrEqLf5-SWrNGKw6SmDS5D_HD3mhfdjn9Pq2KHN80uvShT5Z8qLAgUdg68qvMXx6AfaiDU2KzY_ON/s1600/Tear.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="800" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir7g8Rwe1I6mWKe0zcpjdnB6glR6yXVwUUCQy9RBmgpOyuSeOpHh4ZICkfrEqLf5-SWrNGKw6SmDS5D_HD3mhfdjn9Pq2KHN80uvShT5Z8qLAgUdg68qvMXx6AfaiDU2KzY_ON/s320/Tear.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-81113030468930110032018-06-19T00:46:00.000-03:002018-06-19T00:52:15.449-03:00HIV: carga viral indetectável = intransmissível.Sobre HIV: carga viral Indetectável = Intransmissível.<br />
<br />
Bruno e eu somos fomos prova disso. Enquanto tentávamos engravidar ele não me contaminou. Estou aqui, firme e forte, com meus exames negativos.<br />
<br />
Mas atenção: as outras DSTs não têm essa característica então, sim, é obrigatório usar a camisinha mesmo que a sua carta metade tenha carga viral indetectável.<br />
<br />
Do perfil da média Marcia Rachid: "Um estudo denominado HPTN 052 foi planejado para investigar se o tratamento precoce reduziria a transmissão do HIV entre casais sorodiferentes ou sorodiscordantes (quando um tem o vírus e o outro não). Evidentemente, havia critérios rigorosos e foi comprovado que tratar cedo, com contagem de CD4 mais alta, era melhor que aguardar e ocorria redução da transmissão. Outros estudos bem conduzidos, como o PARTNER, vieram comprovar o impacto do tratamento eficaz (carga viral suprimida) na redução da transmissão do HIV. A divulgação de estudos é feita por meio de publicações científicas, apresentações e discussões em conferências nacionais e internacionais.<br />
<br />
Há pessoas que vivem com HIV e desconhecem que deixam de transmitir o vírus quando mantêm, persistentemente, a carga viral indetectável.<br />
<br />
Médicos nem sempre repassam esse dado. Alguns consideram que poderia ser estímulo à interrupção do uso do preservativo, porém não cabe ao profissional esse prejulgamento do que cada um fará com a informação. A evidência científica de que há real impacto na redução da transmissão do vírus deve ser divulgada.<br />
<br />
Esses estudos se referem, exclusivamente, ao HIV e não a outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e, neste caso, é a camisinha que funciona como “proteção de barreira” dentro das demais medidas atuais de prevenção combinada."<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8dZuvdYP1OF0aor0NIpqHgIsCNMjdTO4JuzGsckNKF4zUy2MKuf3rkNKvsXUR9x6APary_SltB75vIcV0eR5HuGxQbOnZd_6oEVkHjCxrwa9fchVVMmn16-yjkr0sG_04zBsF/s1600/HIVfilhos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="664" data-original-width="960" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8dZuvdYP1OF0aor0NIpqHgIsCNMjdTO4JuzGsckNKF4zUy2MKuf3rkNKvsXUR9x6APary_SltB75vIcV0eR5HuGxQbOnZd_6oEVkHjCxrwa9fchVVMmn16-yjkr0sG_04zBsF/s320/HIVfilhos.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-6835929419868459332018-06-14T13:20:00.001-03:002019-01-02T21:36:51.293-02:00BrancaNa chuva mansa<br />
vista branca.<br />
O pensamento avança.<br />
Para lugar nenhum.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW1j79l5mIAntp4iAoRrC7m5G1drVLLQUoFZVPLuwZTiP8nYe0mmzqxZqfI47VWqtkof_jYw3NUEQAQN6i7tExth5wzoK0p8g043NubE-Bc-SEu5TQ6jHlQPGbamU9wK8co4Tr/s1600/white_on_white_malevich_1918.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="719" data-original-width="720" height="199" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW1j79l5mIAntp4iAoRrC7m5G1drVLLQUoFZVPLuwZTiP8nYe0mmzqxZqfI47VWqtkof_jYw3NUEQAQN6i7tExth5wzoK0p8g043NubE-Bc-SEu5TQ6jHlQPGbamU9wK8co4Tr/s200/white_on_white_malevich_1918.png" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Kazimir Malevich, <i>Quadrado branco sobre fundo branco</i>, 1918.<br />
Conservada no Museum of Modern Art, em Nova Iorque.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<br />
<br />Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-9048828270215714692018-06-13T20:32:00.000-03:002018-06-13T20:40:19.578-03:00Poesia das Meninas - Ana RüscheConheci Ana Rüsche quando produzia a Flap! (Festival Literário Alternativo à Paraty) aqui no Rio de Janeiro. Ana era uma das co-organizadoras do evento em São Paulo. Gosto muito de seu texto direto, reto, forte. Uma voz feminina. O poema <i>A Ceramista</i> faz parte do livro <i>Furiosa</i>, que está disponível para <i>download</i> gratuito em seu <a href="http://www.anarusche.com/" target="_blank"><b>site</b></a>.<br />
<br />
<h3>
<b>a ceramista - de Ana Rüsche</b></h3>
<br />
agora já são cinco privês<br />
antes era um prédio respeitável<br />
<br />
escavo escadas ante a mudez<br />
do elevador, guilhotina pichada<br />
<br />
no pó suspenso no ar<br />
catedrais de coisas abandonadas<br />
<br />
e lá dentro chafurdo com minhas duas<br />
mãos nas peças de cerâmica<br />
<br />
e como parteira tiro do barro<br />
um caco, um vaso, um sonho, um sopro<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Rüsche, A. (2016). <i>Furiosa</i>. São Paulo: Edição da autora.</span><br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="http://wordpress.anarusche.com/livros/furiosa/" target="_blank"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="182" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSv_7Z9RoQZwuDk1FiAVVTJa6JKQ_Mxck0bLVjy46WfU0JTTWsWSgdla_FThLZ0LpN41HWIo9driwJvWHpYt8bEFWKnIh7Tee4y2FdbQfFXcbpHIn5oqH9HGPqj1aPJ8gS0jBl/s1600/furiosa_ana_rusche.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-56251728427628850532018-06-07T13:20:00.001-03:002018-06-07T13:32:17.163-03:00Estação da carioca - de Alice Sant'Anna<b><i><span style="font-size: large;">Poesia das Meninas</span></i></b><br />
Observando a prevalência de autores masculinos em premiações, coletâneas e antologias, resolvi usar esse espaço também para apresentar o trabalho de outras poetas. Quarta-feira agora é dia de poesia das meninas no Dedo de Moça. Escrita, em áudio ou vídeo.<br />
<br />
O poema <b><span style="color: #0b5394;">Estação da Carioca</span></b>, de <span style="color: #0b5394;"><b>Alice Sant'Anna</b></span> torna-se um cinepoema onírico, leve e cativante. O vídeo conta com direção de Jô Serfaty, co-direção de Geraldine Pasztor e Jonas Sá e concepção da própria Alice com os três..<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/r0-YeOWvkrw" width="480"></iframe>Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-71356382714930577082018-06-02T18:04:00.000-03:002018-06-02T18:04:48.543-03:00Passarim<br />
<div class="" data-block="true" data-editor="4eutu" data-offset-key="f3jru-0-0" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: pre-wrap; widows: 2; word-spacing: 0px;">
</div>
<br />
<div class="" data-block="true" data-editor="4eutu" data-offset-key="2lubn-0-0" style="background-color: white; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; widows: 2;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm1WT5NBiVA9rPvX3jR9vjJBGTDrG1n42PKG9Dkm9Yp1v8IvrGEbt6KhK0B9fEXE6aGjzZJJ4ChZT5czcWWq0Q6x_PKhoXa1CV3LNLrQ8UrGkLTdwG9GvD95IET1ZBR69hirfK/s1600/passarim.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="882" data-original-width="1280" height="137" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm1WT5NBiVA9rPvX3jR9vjJBGTDrG1n42PKG9Dkm9Yp1v8IvrGEbt6KhK0B9fEXE6aGjzZJJ4ChZT5czcWWq0Q6x_PKhoXa1CV3LNLrQ8UrGkLTdwG9GvD95IET1ZBR69hirfK/s200/passarim.png" width="200" /></a></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2lubn-0-0" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #1d2129; direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 14px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; position: relative; text-align: left; text-transform: none; white-space: pre-wrap; word-spacing: 0px;">
<span data-offset-key="2lubn-0-0" style="font-family: inherit;"><span data-text="true" style="font-family: inherit;">O gato estava tão animado com o brinquedinho que fui ver qual era, porque as fontes de entretenimento de um bichano têm que ser infinitas, pelo bem das outras criaturas que habitam a casa. Bem, não era um brinquedo. Pausa. Respira, inspira, expira. Era um passarinho. Morto. E a cozinha a mais perfeita tradução de uma chacina.</span></span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2lubn-0-0" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #1d2129; direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 14px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; position: relative; text-align: left; text-transform: none; white-space: pre-wrap; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: inherit;">O passarinho foi embalado e está no freezer. Espero que sua alma me perdoe mas o caminhão do lixo só passa na segunda-feira e enterrar no quintal de uma casa que tem cinco gatos e um cachorro nunca, nunca dá certo.</span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2lubn-0-0" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #1d2129; direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 14px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; position: relative; text-align: left; text-transform: none; white-space: pre-wrap; word-spacing: 0px;">
<span data-offset-key="2lubn-0-0" style="font-family: inherit;"><span data-text="true" style="font-family: inherit;">O gato está puto comigo, acha que a sacana sou eu.</span></span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2lubn-0-0" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #1d2129; direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 14px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; position: relative; text-align: left; text-transform: none; white-space: pre-wrap; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: inherit;">Acho que vou pegar a cachorra e passear até esquecer. Ou até, muito provavelmente, o novo passarinho morto.</span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2lubn-0-0" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #1d2129; direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 14px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; position: relative; text-align: left; text-transform: none; white-space: pre-wrap; word-spacing: 0px;">
<span data-offset-key="2lubn-0-0" style="font-family: inherit;"><span data-text="true" style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/iiphB_LlDrI/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/iiphB_LlDrI?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2lubn-0-0" style="direction: ltr; position: relative; text-align: left;">
<br /></div>
</div>
Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5593175.post-6373099389478222302018-05-24T14:50:00.001-03:002018-05-24T14:55:11.510-03:00SORODISCORDANTE<div style="text-align: left;">
<i>Para Bruno Cattoni</i></div>
<br />
Discordância de sorologias,<br />
encontro de afetos.<br />
Nossas histórias, projetos<br />
<br />
- conjuntos, unos.<br />
<br />
Que nem tudo é luto,<br />
nem tudo é luta,<br />
nem todo desfraldar é de bandeiras.<br />
Nem toda discordância é ausência.<br />
<br />
Apologia do amor positivo.<br />
<br />
Construção do dia a dia,<br />
sólido.<br />
Pequenas intimidades<br />
povoam a casa.<br />
O amor, positivamente,<br />
une, congraça.<br />
<i><br /></i>
<i>Este poema está na antologia Tente Entender o que Tento Dizer</i><br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGkTHR7w_xPbHkwhHds6_Aa2aXrnncUSCTu0jH4Lqx7rVs-1-XWbQbxfgpFQSQx4FK6BHubHYdebnKryxdEOKLgdvninXxw0MNH18UqS-Wm0drG70qgVtsg0x0_nKhZoNbEPKy/s1600/TenteEntenderCapaCartaz.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Capa do livro Tente Entender o que Tento Dizer e cartaz do lançamento do livro no Rio de Janeiro" border="0" data-original-height="539" data-original-width="720" height="296" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGkTHR7w_xPbHkwhHds6_Aa2aXrnncUSCTu0jH4Lqx7rVs-1-XWbQbxfgpFQSQx4FK6BHubHYdebnKryxdEOKLgdvninXxw0MNH18UqS-Wm0drG70qgVtsg0x0_nKhZoNbEPKy/s400/TenteEntenderCapaCartaz.jpg" title="Tente Entender o que Tento Dizer" width="400" /></a></div>
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<i>TENTE ENTENDER O QUE TENTO DIZER</i><br />
<i>Organizador: Ramon Nunes Mello</i><br />
<i>Editora: Bazar do Tempo</i><br />
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<i>sinopse: Uma coletânea de poemas em torno do tema HIV/Aids não deixa de ser uma radiografia da trajetória do vírus e suas repercussões no corpo, na sociedade e na própria poesia, desde os anos 1980, momento que marcou a explosão da epidemia, até as experiências da chamada era pós-coquetel. Os noventa e sete poetas reunidos nessa edição</i></div>
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Priscila Andrade Cattonihttp://www.blogger.com/profile/11539472574164745601noreply@blogger.com0