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16.1.06

Mãe! O cachorro comeu meus dentes!!!

Não acreditei quando ouvi a frase. Fiquei repetindo mentalmente o mantra, com os olhos fechados e quase em transe: "eu não estou ouvindo isso, eu não estou ouvindo isso, eu não estou ouvindo isso...”.

Minha irmã, que tem 27 anos, arrancou os quatro cisos de uma só vez. Por conseqüência privada do seu juízo, como uma criança de cinco anos trouxe a bizarra lembrança para casa. Jack, o vira-latas hiper-ativo que ela adotou na Suípa, sabe-se lá como conseguiu pegar o vidro, abrir e estava roendo os dentes. Dela. Dentes são ossos? Bom, a essa altura isso não faz a menor diferença.

Minha amada, idolatrada, salve-salve irmã é uma pessoa, digamos... sui generis. Faz pinto desmaiar e autografa bananas. Calma, explico.

Quando éramos crianças, ela por volta dos quatro anos, ganhamos um desses pintinhos de feira, alegria das crianças, desespero das mães. Minha irmã era uma criança linda, de olhinhos verdes e milhares de cachinhos. Mas tão delicada quanto um elefante. Um verdadeiro João Grandão.

Um dia ela olhou para o pintinho, deu um passo estremecedor de gigante na direção do pobre coitado e gritou enquanto batia as palminhas: lindo!

- Piu!

Eu juro. Ju-ro. O pinto caiu durinho no chão, desmaiado. Durante anos minha diversão predileta era receber os namorados novos da minha irmã dizendo:

- Cuidado... você já sabe que ela faz pinto cair?

Eu sei que vocês me entendem. Eu sou irmã e toda irmã é espírito de porco. Ou eu não estaria contando essas histórias.

O auge das bizarrices, o momento Top Ten das paradas da Mais Nova, foi aos doze anos. Ela não podia encontrar um cacho de bananas, principalmente se elas estivessem naquele amarelo lindo, reluzente: autografava todas. Sim, caros leitores. A artista da casa dava autógrafos em bananas.

Bom, hoje ela é formada pela "tríplice A" do MEC, a diabólica IBMEC, fez MBA na Fundação Getúlio Vargas, é contratada da Petrobrás e foi pedida em casamento. Enfim, uma típica moça bem sucedida.

Mas, só por via das dúvidas, minha mãe e eu já fizemos o noivo dela assinar um documento registrado em cartório, com três vias autenticadas e firma reconhecida, afirmando que está ciente de que não aceitamos devoluções.

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