A pata da gata na minha cara. Ele ronronando ao lado. Suspirinhos peludos atados aos meus pés. Silêncio de grilos e folhas secas caindo. A casa dorme, ressona, com respiração profunda e compassada. Eu não. Ele dorme tranquilo, a gatinha tem pesadelos, o gatão acha que é hora de brincadeira. Eu não encontro o botão de desligar.
Mas já deixei para trás o noticiário, a maledicência nas salas de espera, os comentários medievais e hidrófobos nos curtos trechos dentro de um ônibus preguiçoso e trôpego.
Já deixei para trás os trolls, os hatters, os odiosos, os medíocres, os revoltados on e off line.
Agora somo só eu e você, insônia velha de guerra, embebida em zolpidem, rindo litros do hemitartarato. Só observo. Quem sabe se eu ficar bem quietinha, se eu respirar miúdo, se eu só pela metade? Se eu só? Se eu? Bem quietinha, fingindo dormir. Quem sabe você acredita? Quem sabe?
Primeira vez que venho aqui. Muito bom o seu texto.
ResponderExcluirQuerida!
Excluirconheço estas suas noites insones.
ResponderExcluirque morfeu decida logo lhe carregar nos braços e ser simpático.
Essa guerra é velha conhecida... E você já me fez companhia salvadora pelo menos duas vezes, pelas internets da vida ;)
ExcluirEla também é minha companheira, tanto que agora é madrugada, rs. Cheguei no seu blog através da Central do Textão e quero acompanhá-lo pois gostei bastante. Um beijo.
ResponderExcluirA insônia, Roberta, a insônia. O tipo de desconforto que quem não tem não entende, não acredita, não sabe. Não tem como saber. Então a solução é essa: dar a mão com a peste e ir em frente.
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