Criado-mudo:
bíblia e
rosário de contas.
Na cama, ao lado
a nudez
sem nome.
Virna Teixeira é poeta e tradutora. Nasceu em Fortaleza e mora em São Paulo há vários anos, onde trabalha como neurologista.
Publicou dois livros pela 7 Letras: Visita (2000) e Distância (2005). Colabora com várias revistas de poesia e periódicos. Publica traduções e inéditos no Papel de Rascunho, escreve com o poeta mexicano Jair Cortès no Los excessivos e é também colunista do Cronópios.
Em Julho você encontra Virna Teixeira na FLAP. Aguarde.
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28.6.06
6.6.06
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Para ouvir na voz do poeta clique aqui
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
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