Essa terça, dia 24, os irmãos Tornaghi convidaram a Thereza Christina Motta para, com o pessoal do Ponte de Versos, homenagear Hilda Hilst, que morreu em 2004.
Lá pelas tantas, Chama e Fumo, de Manuel Bandeira, na voz do Eduardo Tornaghi, me deixou ainda mais satisfeita com a noite tranquila, de harmonia mesmo.
Então compartilho aqui o poema, já que a noite e o clima... só se vocês aparecerem por lá na terça que vem. Vale a pena!
CHAMA E FUMO
Amor - chama, e, depois, fumaça...
Medita no que vais fazer:
O fumo vem, a chama passa...
Gozo cruel, ventura escassa,
Dono do meu e do teu ser,
Amor - chama, e, depois, fumaça...
Tanto ele queima! e, por desgraça,
Queimado o que melhor houver,
O fumo vem, a chama passa...
Paixão puríssima ou devassa,
Triste ou feliz, pena ou prazer,
Amor - chama, e, depois, fumaça...
A cada par que a aurora enlaça,
Como é pungente o entardecer!
O fumo vem, a chama passa...
Antes, todo ele é gosto e graça.
Amor, fogueira linda a arder
Amor - chama, e, depois, fumaça...
Porquanto, mal se satisfaça,
(Como te poderei dizer?...)
O fumo vem, a chama passa...
A chama queima... O fumo embaça.
Tão triste que é! Mas... tem de ser...
Amor?... - chama, e, depois, fumaça:
O fumo vem, a chama passa...
Teresópolis, 1911.
O quê:
Poesia
Com quem:
irmãos Tornaghi e convidados
Onde:
Jasmim Manga
Largo dos Guimarães, 143
Quando:
Terça-feira - Sempre!
das 19h30 às 23h30
Nenhum comentário:
Postar um comentário