Minha pele se rasga da nuca ao cóccix
Dando liberdade a uma gigantesca lâmina
De cartilagem e penugem.
Meu peito se rasga
E dele sai em voo tumultuado
Um enxame de vespas
Que zunem, zunem, zunem
Minhas veias ultrapassam o limite
Das pernas e se tornam raízes grossas
E firmes, que me prendem ao solo.
Nesse momento, meu tronco se solta
E alço voo, com meus braços que já viraram asas.
Do alto observo o bailar das nuvens
E o gorjeio dos automóveis
As penas das asas se soltam
Uma a uma
Transformando-se em pétalas de orquídea
Que caem docemente pelo chão.
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