O onanista envelhecido
Trepida no ar sua língua viperina
Espalhando sobre tudo e todos
Seu cuspe nocivo
Caricatura de um Pã
Que nunca foi dionisíaco
Durante os séculos envelheceu
E macerou seu espírito pérfido
Em tonéis podres de carvalho
Sua figura vipérea pode ser vista
Ainda hoje, a qualquer hora da madrugada
Espalhando pelos bares
Seu hálito fraudulento
Mentiroso, burlesco
Regozija-se verbalizando representações
Propositada e milimetricamente grotescas
Do outro, do semelhante,
Do amigo e do inimigo
Bufão tolo
Patético
Figura do descrédito
Ao amanhecer
O bufão-da-corte, que se crê víbora
Penetra com seu corpo roliço a terra
Até desaparecer, assim como uma doninha
31.07.05
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