Estando sempre à luz do sol,
a paisagem, narcisista, insiste.
E viciada em flashes e ohs!
ela se entrega ao flerte
de turistas, banhistas e surfistas.
Sendo ela que o sol eternamente assiste,
a paisagem, narcisista, insiste,
retendo estampas na retina, como se
somente a sua performance existisse.
Mas nela meu olhar não se detém.
nenhum clic, espanto, nada.
A memória agora está além,
nem a mais linda imagem é guardada.
Eu, de passagem e a paisagem, de paisagem.
Em mim incide o que está depois da paisagem:
oásis, Iemanjá, sereia, miragem.
Ricardo Corona é autor de Cinemaginário, poemas (SP, Ed. Iluminuras, 1999) e do CD de poesia Ladrão de Fogo (Curitiba, Medusa edições, Coleção "Poesia Para Ouvir, 2001). Em 1998, organizou a antologia bilíngue de poesia contemporânea Outras Praias - 13 Poetas Brasileiros Emergentes / Other Shores - 13 Emerging Brazilian Poets (SP, Ed. Iluminuras). Com Eliana Borges, edita a revista de poesia e arte Medusa.
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