Rapinagem explícita. Há mil maneiras de passar a perna em alguém neste
mundo ingrato. A pior delas é a rapinagem sobre a autoria. E foi o
que aconteceu no episódio das Segundas Poéticas do quiosque Drink
Café. A dona do quiosque tinha um litígio com a Prefeitura, pediu
ajuda a mim, eu pedi ajuda ao Bruno Cattoni, e uma reportagem do RJTV
logo solucionou o problema dela, que pôde voltar a realizar seus
espetáculos ao ar livre.
Com o espaço e o caminho abertos depois da interferência
do Bruno, uma idéia minha foi levada a efeito, com a participação dos
eventos que compõem o panorama poético do momento, o Festival Segundas Poéticas.
Um texto de apresentação, de luxo, diga-se de passagem, redigido pelo Bruno,
ajudou a emplacar a idéia. Pois bem, quatro semanas de espetáculos e
casa cheia depois, além de exposição gratuita na mídia (RJTV, Jornal O Globo, Jornal do Brasil,
Coluna da Márcia Peltier) a dona do quiosque dispensou os meus serviços e fez
contato com os eventos para dar prosseguimento à minha idéia. E os
responsáveis pelos eventos não só aceitaram continuar participando,
como se eximiram de, por delicadeza, devolver o convite e a lembrança.
Fui dispensada também por eles.
Não pode haver poesia onde não há, no
mínimo, delicadeza e verdade. Então o que vai acontecer no Drink Café
nas próximas segundas-feiras? Rapinagem. Rapinagem explícita e
deletéria. Uma aula ególatra de indelicadeza e desrespeito à autoria,
onde gente que se diz poeta assume o lugar do professor. Que pobreza!
Nenhum comentário:
Postar um comentário