Olhando a chuva interminável
Concluo que o segredo extremo da vida
É esperar com firmeza o sol
Achando música nas gotas
E imaginando todos os pobres aconchegados.
Lembro da Marcha para o Mar, de Gandhi
E traço um movimento similar
Em direção à fonte do amor. Todo o povo
Indo em busca da doçura, em vez do sal.
A chuva desaba indiferente ao que atinge
Nas estradas do peito rolam carros-de-boi
As curvas e as retas vão chegando às retinas...
Como se minha alma fosse o destino do chão.
In: CATTONI, Bruno. Osso (na cabeceira das avalanches). Rio de Janeiro: 7Letras, 2005.
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