O Zé era um cara metódico, arrumadinho, desses que gosta de “tudo em seu lugar, compreende minha filha?”. Lenços brancos com lenços brancos, blusas de manga comprida não dividem espaço com as de manga curta. As camisas devem ser organizadas por cor, montando conjuntos para facilitar a hora do vestir: “essa camisa vinho vai muito bem com o terno cinza...”. Monta-se na arara o conjunto.
Esse senso de organização, esse empenho de organizar tudo em grupos, aos pares, vinha de nascença. O Zé nasceu no dia 11 de novembro de 1911, 11/11/11. Levou a mania para o casamento: sua mulher era 11 anos mais nova.
Nem os filhos escaparam. Regina, a mais velha – “Regina Célia, Rainha do Céu!”, dizia orgulhoso – nasceu em 05 de maio de 1945. Mônica, a “Monquinha”, veio em 07 de julho de 1947, 07/07/47. Um casal, um par de filhas. Perfeito! Aí veio o Cláudio e acabou com a brincadeira: dois de abril de sessenta e três. O Zé ficou desolado.
Para compensar, fazendo o máximo que estava à seu alcance, morreu em vinte e dois de novembro de 1988. 22/11/88.
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